O
Plano Municipal da Educação foi um dos primeiros temas “debatidos” na última
sessão na Câmara Municipal de Coroatá. Após a apresentação feita pelo vereador
Riba Maia (PSC), parecia claro que seria aprovado sem resistência, mas as
falas dos vereadores Jocimar Pereira (PMDB) e Diogo (PT), com a fundamental participação
do Bispo da Diocese de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira, o projeto acabou saindo
de pauta e será discutido em outro momento.
O
centro das atenções foi a tal IDEOLOGIA DE GÊNERO, um assunto bastante polêmico
que já gerou grandes discussões a nível nacional, principalmente entre a
classe religiosa e agora está sob responsabilidade dos municípios. Confira abaixo
o que disse sobre o tema o Bispo Dom Sebastião e os parlamentares Jocimar e Diego.
“Eu
fiquei sabendo que o Plano seria discutido aqui nesta casa (Câmara) e como
membro da sociedade seria importante participar do processo de discursões. Não se
discute a necessidade do plano, mas sim a maneira como ele é feito. Como os
senhores puderem perceber, nas estratégias, o plano fala claramente não em
respeitar as diferenças sexuais e sim as diferenças de gênero. O que é a
ideologia do gênero? Ela está se espalhando pelo mundo inteiro e parte do
princípio de que a diferença sexual não é algo natural, mas é algo construído. Os
defensores desta ideologia dizem que ser homem ou mulher é o resultado da
cultura, da educação, da religião, mas não é algo intrínseco ao ser humano. E se
você defender essa diferença de gênero vai favorecer essa educação nas escolas,
algo liberal, onde tudo é permitido. Nós estamos vendo a nível nacional os
absurdos através da televisão, com as novelas, mostrando para a sociedade que é
normal o homem beijar o homem, a mulher beijar a mulher e isso tudo, por trás,
existe um projeto de pessoas poderosas, que preparam esses planos ‘bonitos’ e
manda para a sociedade engolir. A gente fala isso em defesa da família, na importância
dos nossos filhos, no respeito à pessoa humana. Se aceitamos certas coisas,
acabamos sendo coniventes. Eu digo para todos: a igreja respeita cada ser
humano, respeita a opção sexual, porque acreditamos que em cada ser humano
existe a presença de Deus, mas não podemos negar Sua lei. Deus fez o homem e a
mulher para formarem uma só carne. A criança e o adolescente precisa de uma
figura paterna, de uma figura materna e a escola deve ajudar a ensinar os
valores que acreditamos. Vocês (vereadores) tem filhos, e podem alterar essa
expressão no plano, que é ambígua e que não corresponde à formação do ser
humano. Mais uma vez quero deixar claro o respeito à diversidade, mas não
podemos legalizar uma ideologia que está sendo implantada na sociedade e como
cristão não concordar. Hoje eu estou aqui para que fique registrado na Câmara
Municipal que a Igreja de Coroatá não se omitiu de alertar os senhores da
grande responsabilidade dos nossos filhos e das futuras gerações”, concluiu o Bispo da Diocese de Coroatá.
“Quero
deixar a todos os coroataenses, todos me conhecem, sabe que o vereador Jocimar
não tem nenhum tipo de preconceito contra a pessoa. A ideologia de gênero agora
é de responsabilidade do município. É necessário, antes de tratarmos deste
assunto, é preciso entender o que é a ideologia de gênero hoje é uma realidade
em alguns países, e obriga os professores a dizerem que as crianças são
crianças, nem menino, nem é menina. Imagina, vereador Cássio, a sua neta em uma
escola onde o professor é obrigado a ensinar que ela é uma criança, ela não é
nem menino, nem menina. Não podemos aceitar que isso aconteça em nosso
município. Não se pode colocar na cabeças das crianças que ela é apenas criança
e que quando crescer deve escolher o que vai ser. Então em virtude disso, após análise
desse plano e por respeito à família, eu peço que seja suprimido o item 15.1”, disse Jocimar.
“Antes
de entrar na questão, quero lamentar a forma autoritária que esse Plano
Municipal está sendo elaborado. Quem foi chamado para discutir esse Plano? As igrejas?
Os professores? Aqui fala de uma comissão, mas há outras que poderiam
contribuir. Eu e o vereador Jocimar estamos estudando esse Plano há alguns dias,
no sentido de antever às proposições e se os colegas do governo receberam essa
lei no mesmo período que nós da oposição recebemos dificilmente leram por
completo. Certamente a maioria não leu e votam por que é do governo. Nós não
podemos ser assim. O Plano Municipal da Educação é de suma importância, e a
Prefeitura de Coroatá deveria aproveitar esse momento e reunir o maior número
de pessoas para elaborar este plano. Ele precisava ser discutido com as
igrejas, com a OAB, com os professores, mas foi feito nos gabinetes. Ai quando
chega o período de eleição é paparicando o pastor, o Bispo, o padre, e na hora
de fazer as leis é assim. Por isso poderemos ter futuramente dois homens indo
deixar uma criança, duas mulheres deixando uma criança na escola. Essa não é a
família instituída por Deus. Ele não condena a opção, mas Ele dá a orientação. A
opção ninguém vai questionar, mas nós não podemos fazer dessa secularidade uma
regra”, afirmou Diogo.
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