BRASÍLIA — O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o congelamento de salários de servidores públicos por dois anos por conta da crise do novo coronavírus.
Ele descartou o corte na remuneração dos funcionários federais durante a
crise, já que o presidente Jair Bolsonaro não “aceita falar disso”.
As
declarações foram feitas em uma reunião por videoconferência com
deputados do DEM, neste domingo. O encontro foi fechado para o público,
mas O GLOBO obteve os relatos de parlamentares que participaram do
encontro.
Guedes
citou um risco deflacionário de um eventual corte de salários. Mas
afirmou que o setor público precisa dar exemplo e, para isso, seria
necessário “congelar os salários durante dois anos”. Segundo os relatos,
Guedes afirmou que a economia com essa medida seria a mesma de promover
cortes salariais, mas sem risco de isso gerar uma deflação.
Saiba mais:
A
equipe do ministro chegou a escrever uma proposta de emenda à
Constituição (PEC) para cortar em 25% os vencimentos dos servidores, com
proporcional redução de jornada de trabalho. Bolsonaro, porém, não
aceita tratar desse assunto, disse o ministro, segundo fontes.
Na
reunião, o ministro também estimou que a crise econômica decorrente da
Covid-19 vai demorar “três ou quatro” meses. Mas defendeu a continuidade
da agenda de reformas estruturantes.
Leia mais:
O
ministro disse não querer ver o ano de 2020 como um “grande
arrombamento”, apesar de garantir que o governo vai gastar o que for
necessário para conter os efeitos do coronavírus.
Segundo
dados do Ministério da Economia, medidas já anunciadas pelo governo
para combater o coronavírus irão custar R$ 224 bilhões. Junto com a
queda na receita, isso vai gerar um rombo de R$ 419 bilhões nas contas
públicas em 2020, o equivalente a 5,55% do Produto Interno Bruto (PIB).
Do Extra
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