quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Operação da PF: secretário de Saúde poderia ter evitado os desvios, mas se omitiu

Indagada hoje pelo jornalista Douglas Pinto, da TV Mirante, se havia como evitar o desvio de R$ 18 milhões da Saúde no Maranhão, a superintendente da Polícia Federal, delegada Cassandra Ferreira Alves, respondeu positivamente. E lembrou que era de conhecimento de superiores da SES e que o titular da pasta, no caso Carlos Lula, poderá ser chamado para responder também pelo caso.
Nesta primeira etapa, o desvio envolve um volume de R$ 18 milhões de recursos federais entre 2015 até 2017, portanto, da gestão do governador Flávio Dino.
Mesmo depois de três operações na Saúde, todas detectaram os desvios, a prática criminosa não parou e nenhuma providência foi tomada para brecar os ilícitos. Eram pagamentos de folha “extra” e gratificações  abusivas para servidores da Saúde ou manter pagamentos para apadrinhados políticos por OSCIPs ou empresas contratadas para manter o esquema.
De forma descarada, o Governo do Maranhão passou que “os fatos têm origem no modelo anterior de prestação de serviços de saúde e que tem adotado medidas corretivas em relação a esse modelo”, mas depois foi desmascarado pela PF, MPF e CGU, durante entrevista coletiva.
Foram cumpridos 17 mandatos de prisão temporária, sendo um de funcionário do alto escalão e outro de ex-secretária adjunta e 28 de busca e apreensão, envolvendo diretores, tesoureiros e administradores de organizações sociais e empresários que também pagavam propinas para os apaniguados do esquema.
O primeiro gordo contracheque que chamou a atenção da investigação foi da enfermeira Keiliane Silva Carvalho, que recebia mais de R$ 13 mil morando na cidade de Imperatriz. Ela é amiga e protegida do secretário Márcio Jerry, o homem forte do governo comunista.
A partir daí novas descobertas foram surgindo, como a existência de 424 pessoas incluídas indevidamente na folha sem a prestação de serviços em hospitais. O esquema cresceu logo no início do governo, ao ponto do então secretário de Saúde, Pacheco, alertar e acabou sendo exonerado, como deu em primeira mão o Blog do Luis Cardoso.
O esquema, conforme a CGU, funcionava da seguinte maneira:
  • 1- Pessoas que possuíam um salário recebido pela função contratada, mas ganhavam um salário extra pago por fora do contracheque, em desvio direto de verbas públicas na denominada “folha complementar”;
  • 2 – Pessoas que eram indicadas para serem contratadas e recebiam sem realizar qualquer trabalho (funcionários fantasmas);
  • 3 – Desvio de verbas através do pagamento a empresas de fachada, supostamente especializadas na gestão de serviços médicos.

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