Pela
segunda vez, a Câmara dos Deputados votou, nesta quarta-feira (25),
para barrar uma denúncia contra o presidente Michel Temer. A denúncia de
organização criminosa e obstrução da Justiça, apresentada pelo então
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, precisava receber 342
votos para ser levada ao Supremo Tribunal Federal. Mesmo que a votação
ainda não tenha chegado ao fim, já não é mais possível atingir esse
número de votos.
A sessão para análise
da denúncia começou com 19 minutos de atraso. Na hora marcada para o
início dos trabalhos, às 9h, somente 17 deputados registravam presença
na Casa, exatamente um terço dos 51 parlamentares necessários para a
sessão ser aberta. Após o início da Ordem do Dia, o deputado Bonifácio
de Andrada (PSDB-MG), relator do parecer que pediu o arquivamento da
denúncia, iniciou, pouco depois de 9h50, seu pronunciamento. Após essa
etapa, foi a vez das defesas de Temer, Padilha e Moreira Franco também
se manifestarem.
A fase de votação só
começou por volta das 17h. Ela estava condicionada à presença de 342
deputados em plenário, que foi dificultada por uma estratégia de
parlamentares da oposição de não registrar presença na Casa, a fim de
tentar adiar a análise da denúncia.
Temer
e os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da
Secretaria-Geral da Presidência da República são acusados pela
Procuradoria-Geral da República de participação em organização
criminosa. O presidente responde ainda por obstrução da Justiça.
Esta
é a segunda vez que Temer é denunciado. Também é a segunda vez que um
presidente é denunciado por crimes cometidos no exercício da função. Em
agosto, a Câmara já havia decidido barrar a primeira denúncia contra o
peemedebista — por corrupção passiva — por um placar de 263 a 227, com
19 ausências e duas abstenções.
Indisposição
Horas antes do início da votação, Temer passou mal e foi levado às pressas para o Hospital do Exército, em Brasília. O Correio Braziliense apurou
que, após o almoço, pressionado por um dia intenso de negociações para
conseguir votos, o presidente se sentiu indisposto. Com fortes dores,
ele desceu andando para o posto médico do Planalto e, após um breve
exame, foi levado ao hospital. Ele precisou fazer um procedimento de
desobstrução da uretra e voltará ao Palácio do Planalto assim que o
procedimento for finalizado.
Fonte: Correio Braziliense
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