quarta-feira, 15 de abril de 2020

O recuo do recuo de Flávio Dino

A decisão do governador Flávio Dino (PCdoB) – de mandar supermercados, quitandas e afins restringirem a entrada e permanência de clientes em suas lojas para diminuir o contágio pelo novo coronavírus (saiba mais) – é o que se pode chamar de um recuo do recuo.
O comunista iniciou essa luta contra a pandemia de forma (acertadamente) dura.
Impôs uma série de restrições ao comércio de uma forma geral ainda no dia 21 de março (reveja). Apenas atividades essenciais poderiam manter-se em funcionamento.
Apenas cinco dias depois, a pressão do empresariado era forte sobre o governador. Alegavam que as medidas pareciam muito firmes para uma disseminação de vírus nem tão grande assim – nem sequer uma morte havia sido confirmada no Maranhão (veja).
Foi quando surgiram as primeiras informações de que Dino estudava recuar e permitir alguma flexibilização do primeiro decreto, ampliando a gama de atividades que poderiam voltar a funcionar (leia mais).
Um novo ato, confirmando o recuo, foi então editado no dia 3 de abril. Lojas de material de construção, óticas, oficinas… Vários novos ramos de atividades poderiam voltar a funcionar (saiba mais).
No dia 9 de abril, nova flexibilização: agora afrouxavam-se as regras para cidades do interior do estado – já que quase 100% dos casos estavam em São Luís (reveja).
Passaram-se cinco dias, desde então.
O Maranhão, atualmente, registra, segundo o boletim epidemiológico do dia 14 de abril – o último divulgado -, 630 casos confirmados da Covid-19, com 34 mortes.
A situação agravou-se em velocidade tal que o próprio governador admite que, com a capacidade atual, a rede hospitalar estadual instalada em São Luís só dá conta de atender novos casos surgidos até o próximo final de semana (veja).
Atualmente, mais de 50% dos leitos exclusivos de Covid-19 na capital já estão ocupados. O governo corre contra o tempo para inaugurar novas unidades.
E Dino, agora, recua do recuo, como que arrependido. Por isso, volta a apertar as regras contra o funcionamento do comércio.
Começou por supermercados, quitandas e afins. Mas pode estender as medidas a outras áreas, desembocando até mesmo num confinamento total, o famoso lock down.
Blog Gilberto Leda

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