O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou durante um pronunciamento à imprensa a própria demissão nesta
sexta-feira (24). A saída ocorre após o presidente Jair Bolsonaro
exonerar o chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, braço-direito e
homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato.
A decisão de demitir Valeixo foi publicada hoje no
Diário Oficial da União e surpreendeu o agora ex-ministro da Justiça e
Segurança Pública. Foi ele próprio quem escolheu Valeixo para comandar a
PF.
O
agora ex-ministro disse que, desde o segundo semestre do ano passado,
"o presidente passou a insistir na troca do diretor-geral da PF".
-
Não tenho nenhum problema, mas eu preciso de uma causa relacionada a
uma insuficiência de desempenho, erro grave [...] No geral, é um
trabalho bem feito. Várias dessas operações importantes, de combate ao
crime organizado e a corrupção, [...] o trabalho vinha sendo feito.
Moro
completou dizendo que "não é questão do nome, há outros delegados
igualmente competentes. O grande problema é que haveria uma violação à
promessa que me foi feita, de ter carta branca, não haveria causa e
estaria havendo interferência política na PF, o que gera abalo na
credibilidade".
O
ex-ministro afirmou ainda que o presidente o "quer fora do cargo,
porque essa precipitação na realização da exoneração não tem muito
sentido" -- uma referência à exoneração do diretor-geral da PF (Polícia
Federal), Maurício Valeixo, e que descobriu decisão pelo DOU (Diário
Oficial da União).
No começo do ano, o presidente disse que estudava a recriação do Ministério de Segurança Pública,
o que tiraria o comando da Polícia Federal, o Departamento
Penitenciário Nacional (Depen) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os
três órgãos mais importantes, da pasta de Moro.
Em agosto do ano passado, o presidente disse que o diretor da PF era subordinado a ele e não a Moro, sinalizando que pretendia trocar o comando.
Valeixo
foi indicado por Moro para a direção-geral da PF ainda em novembro de
2018, durante a transição presidencial. Ele era superintendente da
Polícia Federal no Paraná, onde, assim como Moro, atuou na Operação Lava
Jato.
Do R7
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