Rafael Seabra e Jucier Rogério |
Pelo
ciclo da vida o homem nasce, cresce, envelhece e morre. Se não houvesse
os atropelos no transcurso da caminhada, assim seria a vida humana de
todos debaixo do sol. Assim também seria a vida de Rafael Seabra e
Jucier Rogério, dois amigos irmãos inseparáveis, vencidos pelos
desígnios que a vida reservou de forma inesperada, abortando uma
caminhada de muitos bons feitos, deixando órfãos uma multidão que os
admiravam pelos gestos generosos que praticavam e a essência da alegria
que transmitiam onde que estavam.
Os
feitos de ambos estão eternizados nas nossas lembranças, que mesmo com o
passar do tempo irão sempre nos recordar da leveza serena de dois
corações simples que se confundiam nas atitudes, em especial a de
servir. A inocência e presteza de Jucier, nosso Esticada, cativou com
profundidade a amizade de um jovem médico, que na sua condição poderia
escolher amizades aparentemente mais sucedidas, entretanto, preferiu a
lealdade e a 'ingenuidade' de um simples motorista, aquele que
oportunamente mais ouviu do que falou, mais alegrou do que sorriu, mais
serviu do que foi servido. Era dessa forma humilde que Rafael admirava e
amava seu Esticada de todos os momentos.
Pena
que sem os dois ficou um vazio imenso entre nós tuntunenses. Quem agora
vai socorrer os desvalidos, os carentes que também abordavam o jovem
médico necessitando de um auxílio; de um pouco de comida na mesa. E
você, Jucier, como iremos conviver sem a tua dócil inocência de pouco
compreender, semelhante a uma criança; de sempre concordar e achar que
tudo que falavam era verdadeiro. Só percebemos a importância de alguém
quando perdemos, hoje estamos vendo que a perda foi além do que
pensávamos, nos sangrou em profundida porque sabemos que ela é
insubstituível e irreparável.
Neste
momento em que estamos contristados e chorando em silêncio, devemos
também nos alegrar em saber que Deus os acolheu na sua infinita
misericórdia, pois aqui plantaram as sementes que frutificavam do amor.
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