Centenas de pessoas marcaram presenças neste ato solene em especial os familiares da homenageada.
Teclina Burgos dos Santos, nascida em Diamantina, município de Coroatá, em setembro de 1904, filha de pai Libanês e mãe Portuguesa. Teve uma infância difícil como a maioria das crianças da época, muito estudiosa, logo terminou o colegial em Coroatá, passando a auxiliar no reforço escolar, em suas horas vagas, as crianças da redondeza onde ganhava algum dinheiro para ajudar a renda familiar.
Em 1934, aos trinta anos de idade chegou a Bela Vista, interior de Vargem Grande, indicada pelo então delegado o Sr. Orlando Mota, para morar e ensinar as crianças da região em especial os filhos do Sr. Rachid Trabulsi, grande empressário de ´´cera de carnaúba`` da localidade na época.
Pouco tempo após sua chegada foi informada por Dona Roberta, que trabalhava na cozinha do empresário, que passara por lá, vez por outra, um homem por nome Zuca, vaqueiro do Dr. Nunes Freire, viúvo pai de 4 filhos, Genésio, Florípedes, Januária e Maria. Bem vistoso e de algumas posses. Teclina ficou curiosa em conhece-lo, porem desencorajada pela patroa Dona Azizi Trabulsi que dizia tratar-se uma pessoa muito simples que não sabia ´´dar um nó de gravata``... mas não adiantou. Teclina encontrou-se com Zuca por intermédio de João Roque e resolveram se casar.
Logo em seguida, foi levada a Coroatá para a cerimonia religiosa pelo Sr. Dedé, morador da Lagoinha, parente do Dr. Nunes Freire, que era patrão do Sr. Zuca. Dessa união tiveram 7 filhos: Uruary, Paraguassú, Urubatan, Juvenal, Juarez e as gemias Maria da Graça e Maria de Jesus. De onde vieram 39 netos, 64 bisnetos e 12 tataranetos.
Dona Teclina mudou-se para a Tiquara onde continuou a ensinar. A sua primeira turma foi em 1934 e teve como aluno o Sr. Genésio, seu enteado, hoje com 91 anos, filho do viúvo Zuca.
Foi a primeira professora que se tem notícias nesta região. Teve uma importância social grandiosa, sempre com a visão voltada aos menos favorecidos e ´´vontade de ajudar´´´, era incansável. Não importava a forma, contudo ela queria ajudar. Ajudava a alfabetizar, tentando resgatar aquelas pessoas da ignorância do conhecimento, buscando dar a luz aqueles que viviam na escuridão do saber... Ajudava aqueles que buscavam a fé, a fé raciocinada, lógica, pois mantinha em sua casa, na Tiquara, uma casa de orações onde atendia as pessoas que buscavam ajuda tentando manter o equilíbrio espiritual... Ajudava aqueles que buscavam saúde, pois mantinha uma farmácia básica com penicilina, antitérmicos, antigripais, pílula contra e outras coisas mais... Buscava ajudar com o exemplo de trabalho, honestidade e dignidade, que era a forma que conduzia a sua vida em sua quitanda e no seu Lar. E enfim meus amigos, viveu seus 103 anos dedicada a sua família e ao próximo. Essa era Dona Teclina Burgos dos Santos.
Parabéns aos moradores da Aroeira e a Vargem Grande, representada pelas autoridades aqui presentes que souberam investir no bem mais precioso para o homem ´´O Conhecimento e o Saber`` e que esta comunidade saiba usufruir deste precioso bem, enterrando de uma vez o fantasma do analfabetismo.
Nós, familiares de Dona Teclina, aqui presentes nos sentímos honrados em compartilhar deste momento tão especial nas vidas de todos nós. Muito obrigado.... e que Deus os abençoe.
Eu como testemunha do senso de humanidade de D. "Ciza", fico feliz pela justa homenagem. E na condição de filha da Tiquara com pais lavrador e quebradeira de coco e hoje na condição de Diretora Geral do IFMA - Campus Bacabal, vejo que o maior acerto dos gestores públicos é pelo viés da Educação, Saúde e Segurança. Como filha da região, peço aos mediadores do blog que informem as autoridades publicas municipais de Vargem Grande que me coloco a disposição para contribui com a Escola Teclina Burgos.
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