sexta-feira, 15 de abril de 2016

A IMAGEM DA CORRUPÇÃO: Foto mostra suspeito da máfia da merenda contando maços de dinheiro, SP

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MARCELO TOLEDO RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Feliz, um homem tem maços e maços de dinheiro em suas mãos -com notas de R$ 50, R$ 20, R$ 10 e R$ 2&- e, numa mesa, exibe essa alegria ao ser fotografado. Não é a imagem de alguém que ganhou na loteria ou fechou um bom negócio, mas sim Carlos Luciano Lopes, ex-vendedor da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), entidade apontado como responsável pelo esquema conhecido como máfia da merenda. A foto foi apreendida na primeira etapa da operação Alba Branca, que investiga o pagamento de propina em contratos superfaturados de merenda com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e 22 cidades. Ela está anexada ao inquérito policial e à operação investiga se o dinheiro exibido por Lopes é fruto de propina recebida no esquema.

 O ex-vendedor foi preso em 19 de janeiro e solto após prestar depoimento em Bebedouro (a 381 km de São Paulo), cidade que abriga a cooperativa e que concentra a apuração do caso -exceto políticos com foro privilegiado, cuja investigação é feita pela Procuradoria-Geral de Justiça.

 A reportagem não obteve contato com Lopes ou sua defesa nesta quinta-feira (14). Em depoimento à Polícia Civil de Bebedouro, Lopes apontou o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), como um dos beneficiários do esquema de pagamento de propina em contratos superfaturados de merenda. O deputado voltou a ser citado por presos na segunda etapa da operação, deflagrada no último dia 29. Em delação premiada, o lobista Marcel Ferreira Julio, que atuava para a cooperativa Coaf, disse que se encontrou duas vezes com Capez em 2014. Em um dos encontros, disse ter visto Capez ligar para a Secretaria de Estado da Educação para agilizar um contrato da Coaf e, em seguida, sinalizar que queria dinheiro para sua campanha. 

O deputado nega elo com o esquema e alega que foi inserido "cunho político eleitoral" na operação, enquanto a "apuração legítima e isenta" da CGA (Corregedoria Geral da Administração), ligada ao governo do Estado, "demonstrou que não houve fraude nos contratos com a Secretaria Estadual da Educação".

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